'Não vamos subir o teto de gastos. Vamos é quebrar o piso', diz o Ministro da Economia

SÃO PAULO - O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a afirmar nesta terça-feira que está otimista com o ritmo de recuperação da economia brasileira. A retomada, segundo ele, será puxada pelos investimentos privados, uma vez que a precariedade das contas públicas estaduais não vai permitir expansão de gastos do governo.

- Numa situação de aperto financeiro como a atual, subir o teto de gastos seria a coisa mais fácil a ser feita. Mas não vamos fazer isso. Vamos é quebrar o piso - disse Guedes na cerimônia de premiação das empresas vencedoras da 19ª edição do Anuário Valor 1000, promovida pelo jornal Valor Econômico.

Na lista de medidas para "quebrar o piso" está a desvinculação de gastos hoje obrigatórios por força constitucional. O ministro reforçou a intenção do governo federal em enxugar os gastos públicos encolhendo o Estado por meio de privatizações.

Nesta quarta-feira, o ministro prometeu divulgar uma lista de mais 17 órgãos públicos que deverão ser ofertados ao mercado. De acordo com o ministro, por ora, a lista deve ter estatais de menor porte e, num segundo momento, as grandes também devem fazer parte do pacote.

- Tem gente grande que acha que não vai entrar (na lista), mas que vai entrar sim na faca -disse Guedes, que voltou a mencionar a necessidade de venda dos Correios, um exemplo de órgão público que perdeu a capacidade de investimento, nas palavras do ministro.

Guedes sinalizou ainda estar confiante na tramitação da reforma tributária no Congresso. E afirmou ter saído otimista de uma reunião com senadores nesta terça-feira. Na pauta, reforma tributária e questão da distribuição dos impostos entre União, estados e municípios, o chamado pacto federativo.

Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) participou de entrevista no mesmo evento. Ele também sinalizou confiança na aprovação da reforma tributária, mas ponderou que é importante haver um diálogo entre diferentes cadeias produtivas para chegar a um texto possível de ser aprovado.

Maia citou a necessidade de acabar com distorções atuais, como a baixa tributação sobre o setor de serviços e voltou a rechaçar a volta de uma contribuição sobre movimentações financeiras ao estilo da CPMF.

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Data: 21/08/2019